Violência gera violência! Amor gera Amor!

Violência é sempre violência. Seja no namoro, no casamento, entre vizinhos, amigos, desconhecidos… Até aqui estamos seguramente todos de acordo. Não se bate, não se ofende, não se humilha.

Uma questão que me inquieta muitas vezes é por que razão esta lógica não é tão clara nas relações entre pais e filhos?

Que direito têm os pais de humilhar os seus filhos? “Não fazes nada bem!

Que direito têm os pais de ofender as crianças? “És mesmo burro!

Que direito podem ter os pais de bater nas crianças? “Um tabefe nunca fez mal a ninguém…

E se fizer? E se houver estudos que fundamentam isso mesmo? Se o amor não chega para compreender o contrassenso que é batermos em quem mais amamos, olhemos para esta investigação, publicada no Journal of Family Psychology, com base em dados de 75 estudos, envolvendo um universo de 160 mil crianças:

“Quanto mais açoitadas forem as crianças, maior é a probabilidade de desafiarem os pais e mais desenvolvem comportamentos antissociais, agressividade, problemas de saúde mental e dificuldades cognitivas, revela um estudo das universidades do Texas e de Michigan.”

(A notícia completa aqui: http://www.dn.pt/portugal/interior/quanto-mais-me-acoitas-mais-agressivo-fico-5156244.html)

O que estamos a ensinar quando batemos num filho? O que aprende a criança com um açoite? Aprende a ter medo do outro (nomeadamente dos adultos), aprende que a violência resolve os conflitos e aprende a mentir para evitar apanhar…

Violência gera violência.

Amor gera amor.

O que queremos que os nossos filhos deem ao mundo?

Catarina Delgado