Parentalidade/Educação Consciente em sala de aula

de Sara Gonçalves

Aos olhos alheios, aos corações distantes e às mentes mais fechadas, torna-se por vezes difícil perceber o que é isto da Parentalidade Consciente e como se pode aplicar nas nossas famílias, nas nossas relações com outros adultos e em contexto de sala de aula. Como é possível que existam pessoas que conseguem estar sempre zen e com o controlo total das suas emoções, como é possível nunca levantarem a voz e nunca desejarem que chegue a hora dos miúdos estarem a dormir ou que acabe o dia de aulas, como é possível isto e como é possível aquilo. Pois, a verdade, é que não é possível, que essas pessoas não existem, e está tudo bem!

Porém, a verdade, é que existem, sim, pessoas que à medida que se conectam com o seu interior; à medida que têm bem definidas as suas intenções – que tipo de pais/professores querem ser, que valores querem praticar e, automaticamente, transmitir, que relações querem estabelecer; à medida que se tornam cada vez mais conscientes do poder que têm enquanto influenciadores/modelos das crianças, têm em si as ferramentas que lhes permitem tornar tudo muito mais fácil e exequível.

E essas são as pessoas que praticam um estilo de Parentalidade/Educação Consciente. Ao capacitar-nos com ferramentas práticas que nos possibilitam olhar para cada criança como o ser único e individual que é e, consequentemente, adequar as nossas práticas e interações, a Parentalidade/Educação Consciente permite que o nosso dia-a-dia em contexto de sala se torne muito mais fluído, tranquilo e harmonioso.

  • Quem são os professores/educadores que não desejam viver os seus dias assim?
  • Quem são os professores/educadores que não querem criar boas relações com os seus alunos?
  • Quem são os professores/educadores que não anseiam pelo seu bem-estar e pelo bem-estar dos seus alunos?

Na Parentalidade/Educação Consciente somos “Perfeitos na nossa Imperfeição”, o que quer dizer que por vezes vamos cometer erros, que eventualmente nos vamos desviar daquilo que é o caminho que queremos seguir, que tal como em todas as outras formas de nos relacionarmos, vamos ter de ultrapassar obstáculos, que há dias em que vamos sentir que poderíamos ter feito diferente, mas é aí que reside a beleza desta forma de estar na vida! É que uma vez tendo esta consciência, ela jamais se desinstalará e jamais conseguiremos voltar atrás.

 

“Há coisas que jamais serão não vistas!” Pedro Vieira