O que a Parentalidade Consciente mudou na minha prática como educadora de infância?
de Iolanda Pereira
Agora facilitadora em Parentalidade Consciente o que fazer? Será que o meu papel como educadora de infância se alterou, ou virá a alterar-se?
Bem para melhor entenderem esta dúvida gostava de partilhar convosco a minha intenção à chegada do percurso. Beber com aqueles que sabem mais, aumentar os saberes na área da parentalidade consciente de modo a servir de alavanca numa possível complementaridade profissional.
Pois bem não foi isso que aconteceu, os três primeiros dias foram essencialmente de desconstrução, desconstrução pessoal e de modo mais vulcânico desconstrução profissional. Nada se encaixava… tudo era questionamento.
Após esse primeiro impacto e de muitas leituras extras tudo começou a encaixar-se, a fazer sentido.
O facto de olhar para o meu grupo de crianças e vê-los pela primeira vez com igual valor, sem julgamentos fez toda a diferença, fez a GRANDE diferença. O exercício em aceitar as famílias tal qual são, com as suas necessidades espelhadas nos seus comportamentos e a procura de respostas às suas incertezas.
Uma das estratégias que fez mais sentido neste novo olhar foi o modelo LASEr (do Coach e autor Pedro Vieira). Uma forma de percebermos o outro e sabermos clarificar as suas necessidades, o conseguir fazer uma abordagem mais rica e direcionado no outro, longe no nosso próprio ego. E claro, o perturbador RAPPORT. Como nos iluminamos ao calçarmos os sapatos do outro.
Nada alterou nos conceitos, nos conteúdos, nos modelos pedagógicos a grande mudança surgiu na forma como os aplicava, na forma gradual de ver a criança como um ser capaz, com escolhas, opções e competências de ser humano.
Longo caminho a percorrer com a intenção agora bem definida – ser uma educadora de infância mais capaz, com olhares atentos e desprovidos de julgamentos e pressupostos, munida da mente de principiante e principalmente facilitadora de abordagens parentais mais conscientes.