5 dicas úteis para o “Regresso às Aulas”

  • Segunda

“Recebe-os de braços abertos e boca fechada”

Pode parecer contraditório mas o silêncio é uma forma poderosa de nos conectarmos com os nossos filhos. Muitas vezes, a avalanche de perguntas é mais para sossegar as nossas preocupações do que realmente para chegarmos até eles.

Investe um momento em ti para poderes recebê-los como nos recebe um templo –  faz uma pausa, algumas respirações, para que, quando entrem no carro ou em casa, estejas mesmo presente.

Olhá-los nos olhos, recebê-los com afeto mas dar-lhes o tempo e o espaço que precisem. Sermos a calma e a serenidade que muitas vezes não tiveram durante todo o dia, contarmos algo sobre o nosso dia em vez de iniciarmos o interrogatório e esperar que parta deles a vontade de contar tudo que estamos desejosas de saber.

 

  • Terça

“ Sim aos trabalhos de casa!”

Aos nossos, pois claro, que ser pai é curso intensivo de desenvolvimento pessoal!

Os nossos trabalhos de casa são tudo que temos de fazer para estar “em dia” quando estamos com eles. Diria que os mais importantes são:

  • O auto-cuidado – ter tempo para ti (seja uma hora de ginástica ou dez minutos de silêncio no parque ou um jantar com as amigas) ou seja, o que te faz recarregar baterias, o que te devolve a tranquilidade conforme for possível. É imprescindível estar bem para nos “portarmos bem” com os nossos filhos. 😉
  • Treinar o músculo do mindfulness para que as sete atitudes façam parte do teu dia e sejam fáceis de utilizar nos momentos mais desafiantes.
  • Conheceres-te e conheceres o teu filho, tentando antecipar necessidades em falta ou limites que não devem ser ultrapassados para não se instalar o conflito
  • Treinar a comunicação consciente – pratica-a com toda a gente, em qualquer oportunidade. Não só se tornará automática com os teus filhos (mesmo nos momentos mais desafiantes) como verás as tuas relações interpessoais melhoradas!

 

  • Quarta

“Quem vai levar o lixo?”

Divisão de tarefas e colaboração à parte, cada um deverá ser responsável por deixar o seu próprio “lixo emocional” à porta – bem, pelo menos os elementos adultos da equipa. 😉

Ao entrares em casa ou ao chegares à escola para  ir buscar os teus filhos certifica-te que os teus problemas, ansiedades, conflitos no trabalho não “entram” na relação com a tua família.

A família pode ser o nosso porto seguro onde desabafamos, encontramos alento e conselhos e onde recarregámos baterias mas nunca pode ser –  e muito menos os nossos filhos –  o “saco de boxe” ou o caixote do lixo dos resíduos tóxicos que sobram dos nossos dias.

 

  • Quinta

“As regras do amor & as rotinas da imaginação”

Sei que muito do que nos consome a paciência e leva a desentendimentos são as regras, as rotinas, os horários – sejam as dificuldades em sair da cama de manhã ou as de entrar nela ao deitar, seja o inicio do banho ou o fim do tablet, parece, às vezes, que a nossa interação com os nossos filhos se resume a tarefas e às discussões que elas trazem.

Salta fora desta “armadilha” que é a ideia de que ser pai ou mãe é ser gestor de tarefas, de controlar e de disciplinar. Muitos de nós, durante os dias da semana, temos apenas quatro, cinco horas por dia com os nossos filhos –  aproveita-as! Claro que é preciso jantar e lavar os dentes e ir dormir a horas, mas que esses sejam momentos de conexão, de presença, e não o contrário.

Sei que não é fácil, mas a verdade é que para eles também não é. Sempre que possível torna as rotinas divertidas e agradáveis. Introduzir uma brincadeira, uma novidade, um momento lúdico vai tornar tudo mais leve para todos e as crianças aprendem por imitação, não por lhes dizermos uma ( ou mil) vezes para fazerem algo!

Sintoniza com o momento presente,  aceita que, a cada momento, és a mãe que és da criança que tens. Lembra-te que todo o “mau comportamento” é um pedido de ajuda, é sinal de haver necessidades por satisfazer –  sono, fome, falta de novidade, de conexão, de segurança, de reconhecimento, enfim, só tu podes descobrir – e que toda a resistência é falta de conexão. Comunica os teus limites de forma pacifica e sem reatividade, assegurando que respeitas os deles – verás como tudo se torna mais simples.

 

  • Sexta

“Uma espécie de máfia reúne: A Família”

Esta é uma das ideias preciosas que pode encontrar no Educar com Mindfulness da Mia Övén.

Pode ser à sexta ou em qualquer outro dia, não tem sequer de ser semanal, mas criarem um momento “neutro”, marcado com antecedência, cria um ambiente seguro, livre de julgamentos que fomenta a conexão entre todos.

Na reunião de família podem fazer um balanço da semana, trazer a lume algo que acham estar a correr bem ou menos bem, fazer planos, discutir a divisão de tarefas, expor alguma mágoa ou necessidade. Todos deverão ser ouvidos e devemos praticar o igual valor. Normalmente os mais pequenos valorizam muito as reuniões de família por sentirem que têm voz e que as suas opiniões contam, o que ajuda ao desenvolvimento de uma boa auto-estima.

Que seja um excelente ano letivo!

(nada como começar com a nota máxima logo no primeiro dia – depois é só mante-la!

Mariana Bacelar

mais info sobre a facilitadora: aqui

Se for útil um esclarecimento adicional sobre algum ponto deste artigo podes enviar um email para osuavemilagre@outlook.pt

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